quarta-feira, 25 de abril de 2007

NOVO ENDEREÇO

Eu sei que é a segunda vez que eu faço isso, mas acho que agora é a última vez que mudo o endereço do Blog. Mudei para o wordpress por que ele é melhor e menos comercial.
O novo endereço é:
http://walfridoneto.wordpress.com
Desculpem os companheiros blogueiros que têm o trabalho de atualizar meu link nos seus blogs e amanhã já vou atualizar meus links lá no novo endereço.
Grande abraço.

Anarquia Verde

terça-feira, 24 de abril de 2007

First Things First - ou - Vamos Ao Que Interessa!



Escrito pela primeira vez em 1964, o First Things First é um manifesto que exige uma inversão das prioridades dentro da indústria do design, nos desviando da histeria comercial em direção a uma verdadeira Comunicação Social.
Em 1999, o grande designer e crítico social Tibor Kalman fez uma releitura do manifesto que foi publicada em 2001 pela Adbusters no volume Design Anarchy.
O que eu estou publicando aqui é uma tradução livre feita por mim mesmo.
Espero que esse texto desperte outros designers que, como eu, estão cansados de usar seu trabalho para mentir para o público e estimular o consumismo alienado e destrutivo. Espero que essas pessoas entrem em contato comigo através do blog ou pelo e-mail: walfrido77@gmail.com
Agora...


Vamos Ao Que Interessa!
Nós, abaixo-assinados, somos designers gráficos, diretores de arte e comunicadores visuais que foram criados em um mundo no qual as técnicas e aparatos da propaganda nos foram persistentemente apresentados como os mais lucrativos, efetivos e desejáveis usos de nossos talentos. Muitos professores e mentores de design promovem essa crença; o mercado recompensa; uma enchente de livros e publicações a reenforçam. Encorajados nessa direção, designers aplicam suas habilidades e sua imaginação para vender biscoitos caninos, refrigerantes, diamantes, detergentes, gel para cabelo, cigarros, cartões de crédito, tênis, tonificadores de bundas, cerveja light e gigantescos carros esportivos. O trabalho comercial sempre pagou as contas, mas muitos designers gráficos o deixaram se tornar, no geral, a única forma de design; sendo assim, portanto, como o mundo o enxerga. O tempo e a energia da profissão são usados para criar demanda por coisas que, na melhor das hipóteses, não são essenciais. Muitos de nós tem se tornado cada vez mais desconfortáveis com essa imagem do design. Profissionais que dedicam seus esforços essencialmente à propaganda, marketing e desenvolvimento de marca estão apoiando, e implicitamente fomentando, um meio-ambiente mental tão saturado de mensagens comerciais que estão mudando o próprio modo como os cidadãos-consumidores falam, pensam, sentem, respondem e interagem. Na prática estamos todos ajudando a esboçar um discurso público redutivo e altamente danoso. Existem objetivos mais merecedores de nossas habilidades de resolver problemas. Crises ambientais, sociais e culturais sem precedentes exigem nossa atenção. Muitas intervenções culturais, campanhas de marketing social, livros, revistas, exibições, ferramentas educacionais, programas de TV, filmes, causas de caridade e outros projetos de informação precisam urgentemente de nossa experiência e ajuda. Nós propomos uma inversão de prioridades em favor de formas de comunicação mais úteis, duráveis e democráticas – que requerem uma mudança de mentalidade do marketing de produtos em direção à exploração e produção de um novo tipo de significado. O espaço para debate está encolhendo e ele deve ser ampliado. O consumismo está dominando sem contestação; ele deve ser desafiado por outras perspectivas expressas, em parte, através das linguagens visuais e recursos do design. Em 1964, 22 artistas gráficos assinaram o chamado para que nossas habilidades fossem aplicadas para fins merecedores. Com o crescimento explosivo da cultura global comercial essa mensagem se tornou ainda mais urgente. Hoje, renovamos seu manifesto com a esperança que não se passem outras décadas antes que ele chegue aos corações.

Semana sem TV


Começou nessa segunda (23/04) a Semana Mundial sem TV.
Durante uma semana, tente se desligar da imagem da vida e experimentar a própria vida, à sua maneira. Leia um livro, uma revista, escreva, saia para dar uma volta a pé, de carro, de bike, viva a vida ao invés de assistí-la. Depois de uma semana você vai perceber que não perdeu nada, na verdade, ganhou aquelas horas que costumam ser desperdiçadas na frente desse eletrodoméstico. A TV, que poderia ser um grande veículo de informação, na grande maioria dos casos, serve para impor uma estética impossível e nada saudável, além de alienada. Como a maioria das pessoas não consegue espelhar essa estética, só lhes resta consumir todas as inutilidades de plástico que a TV vende para fazer você esquecer o vazio por alguns instantes e se sentir parte de algo.
De 23 a 29 de Abril, desligue a TV e ligue a vida!
Mais informações:
desligueatv.org.br
www.apocalipsemotorizado.blogspot.com
http://adbusters.org/metas/psycho/tvturnoff/

sexta-feira, 20 de abril de 2007

Há uma diferença entre vida e sobrevivência

Copirateado do Crimethinc

A ciência médica confirma: há uma diferença entre Vida e sobrevivência. Há mais em estar vivo do que apenas ter batimentos cardíacos e atividade cerebral. Estar vivo, realmente vivo, é algo muito mais sutil e muito mais explêndido. Instrumentos medem a pressão sanguínea e temperatura, mas ignoram a alegria, a paixão, amor, todas as coisas que fazem a vida realmente valer a pena. Para tornar nossas vidas importantes novamente, para realmente tirar o máximo delas, temos que redefini-las. Temos que descartar as definições meramente clínicas em favor daquelas que têm muito mais a ver com o que nós realmente sentimos.

Quanto de vida vocês têm em suas próprias vidas? Quantas manhãs você acorda se sentindo verdadeiramente livre, vibrando por estar vivo, ofegantemente antecipando as experiências de um novo dia? Quantas noites você adormece se sentindo completo, lembrando dos eventos do dia que passou com satisfação? A maioria de nós se sente como se tudo já houvesse sido decidido sem nosso consentimento, como se viver não fosse uma atividade criativa mas sim algo que acontece conosco. Isso não é estar vivo, é apenas estar sobrevivendo: é ser um morto-vivo. Nós temos agentes funerários, mas os seus serviços não são freqüentemente requeridos; temos necrotérios, mas gastamos a maior parte do nosso tempo em cubículos de escritório, fliperamas, shopping centers, em frente das televisões. É lógico que donas-de-casa de classe média e executivos morrem de medo do risco e da mudança; eles não conseguem imaginar que possa existir algo mais valioso do que a segurança física. Seus corações podem estar batendo mas eles não acreditam mais nos seus sonhos, deixando-os para trás.

Mas é assim que a revolução começa: uns poucos de nós começam a perseguir seus sonhos, quebrando os velhos padrões, abraçando o que amam (e no processo descobrindo o que odeiam), divagando, questionando, agindo fora das fronteiras da rotina e do conformismo. Outros nos vêem fazendo isso, vêem pessoas se importando em serem mais criativas e aventureiras, mais generosas e mais ambiciosas do que elas jamais imaginaram, e juntam-se a nós, um a um. Uma vez que um número suficiente de pessoas abraçe esse novo modo de vida, um ponto de massa crítica é finalmente alcançado e a própria sociedade começa a mudar. A partir desse momento, o mundo vai começar a ser submetido a uma transformação: do assustador e alienígena lugar que ele é para um mundo repleto de possibilidades, em que as nossas vidas estão em nossas mãos e qualquer coisa pode se tornar realidade.

Então faça o que você quiser da sua vida, o que quer que seja! Mas esteja certo que você vai conseguir o que quer. Primeiro pense cuidadosamente o que realmente é e como fará para consegui-lo. Analise o mundo à sua volta, assim você saberá quais forças e pessoas estão agindo contra os seus desejos, e quais estão ao seu lado. Nós estamos aqui fora, vivendo a vida ao máximo, esperando por você - cruzando os EUA de carona nos trens, organizando protestos políticos em escolas públicas francesas, escrevendo lindas cartas durante um pôr do sol em Bangkok. E nós acabamos de fazer amor no lavabo da sua empresa, minutos antes de você entrar nele durante a sua meia hora de almoço.

A vida está junto conosco esperando por você, nos picos de montanhas não escaladas, na fumaça de campos e edifícios em chamas, nos braços de amantes que vão virar o seu mundo de cabeça para baixo. Junte-se a nós!

Próximos cursos no Horto Agroecológico do Portão



Já estão marcadas as próximas datas para os cursos de jardinagem e horticultura agroecológica com o Ademar Brasileiro.
Cada módulo é uma vivência diferente, onde o clima, a fase de vida das plantas e os temas a serem estudados variam.
O custo por pessoa é de R$ 70,00 e as datas são 4 de Agosto e 17 de novembro de 2007.
Quem fizer a inscrição antecipada para os 2 cursos ganha um desconto e paga apenas R$ 100,00 pelos 2 módulos.

quinta-feira, 19 de abril de 2007

As ruas são nossas!



Retirei o resumo abaixo do blog Apocalipse Motorizado

texto: Fabio Veronesi
publicado originalmente no blog da Transporte Ativo

"A pessoa que passa andando na rua de bicicleta é alguém que está fazendo bem ao mundo e a si mesma. Com esforço próprio combate a poluição e o aquecimento global na prática, sem discursos panfletários, sem levantar bandeiras, sem querer impor nada a ninguém, ela está contribuindo para melhorar o ar que todos respiram hoje e o clima do planeta para as futuras gerações.

(...)

Mas, atenção motoristas! isso não é uma declaração de guerra. Pelo contrário: é de paz! Porque a idéia é que todo mundo possa deixar seu carro em casa quando sentir vontade e possa andar de bicicleta sem colocar sua vida em risco. Também acredito, como ciclista, que nenhum motorista quer nos atropelar. Então o que há de errado? Por que isso, infelizmente, acontece diariamente? A resposta exige que paremos para pensar um pouco. A quem interessa uma política e uma cultura que prioriza as vias de transporte para veículos automotores? Qual será a influência da indústria automobilística nas decisões dos governos e conseqüente direcionamento de recursos para infraestrutura que atende a nossa necessidade de transporte? E no inconsciente coletivo das pessoas? Já parou para pensar que, desde que você começou a assistir televisão na sua vida, você vê quase todos os dias uma propaganda de carro? Que a idéia de que "quanto mais for feito pelo automóvel, melhor" é um consenso forçado pela mídia e pelas instituições financeiras, alegando que a economia do país irá parar se a indústria automobilística diminuir sua sempre crescente demanda de consumo?

(...)

A bicicleta não atrapalha o automóvel na ocupação de espaço nas ruas e avenidas. Pelo contrário.
Lembrando que de uma forma ou de outra todos tem que se transportar, conclui-se que cada motorista que deixa seu carro em casa e sai de bicicleta abre espaço nas ruas, tanto quanto é a diferença entre o espaço que ocupa um automóvel e uma bicicleta. Se centenas, milhares de pessoas fizerem essa opção, o espaço aberto será enorme, muito maior do que aquele que se consegue gastando fortunas do dinheiro público com ampliações de avenidas e construção de elevados.

(...)

A bicicleta é uma revolução social, econômica, política e ideológica possível aqui e agora! Quando vejo nas grandes avenidas das grandes metrópoles, centenas de automóveis indo na mesma direção, a grande maioria com apenas um ser humano dentro, com sua atenção tomada pela responsabilidade de dirigir, caminhando lado a lado com outros seres humanos hermeticamente isolados uns dos outros dentro de suas "caixinhas" móveis sem se comunicar, penso no quanto isso poderia ser diferente.

(...)

Cerca de 85% da energia consumida por um automóvel é gasta para transportar a ele mesmo.

(...)

Na bicicleta dependemos de energia própria, não há, portanto, concorrência entre as pessoas que buscam transportar-se, pelo contrário, ao nos unirmos com outros seres humanos ganhamos incentivo para ir mais longe. O automóvel depende de energia externa, limitada e não-renovável, o que gera concorrência entre os que dela dependem. O automóvel é um dos melhores símbolos físicos da ideologia capitalista. Os slogans de suas propagandas trabalham sempre com termos como mais potente, mais veloz, maior em sua categoria, mais econômico, mais bonito, mais robusto, mais confortável, etc., etc., etc.

A modernidade diminuiu o tempo de comunicação e de transporte. Criou-se uma falsa ilusão de que esse movimento tem que ser sempre crescente para ser melhor. Estamos nos entupindo com veículos velozes que não tem espaço para andar. Chegamos a um ponto em que um veículo menor em tamanho e velocidade, como a bicicleta, tem melhores condições de se locomover e gasta menos tempo.

Poucos sabem ou se lembram que o código brasileiro de trânsito, assim como a maioria das legislações sobre o trânsito no mundo todo, determina que o automóvel dê preferência à bicicleta nas ruas e avenidas. Ou que a distância mínima, prevista pela lei, para ultrapassar uma bicicleta é de 1,5 metros e caso não haja condições de ultrapassagem respeitando essa distância mínima, o automóvel deve aguardar, pois a bicicleta não pára o trânsito, ela é o próprio trânsito naquele momento.


Agora, que não se iludam os que querem começar a utilizar a bicicleta para transportar-se: vão entrar numa guerra! Uma guerra que já está sendo travada nas ruas e que deixa centenas de mortos e feridos todos os dias. Não uma guerra contra os motoristas e os automóveis (repito), mas uma guerra contra uma ideologia. Andar de bicicleta é lutar contra um sistema que associa respeito a posse e exibição. Lutar através de atitude própria, pela ação direta, cotidiana, pelo ato de pedalar em si, pela força da humildade num mundo de ostentação.

Como em toda guerra, a sobrevivência depende das estratégias que elaboramos. O ciclista deve se equipar com tudo que possa diminuir a possibilidade de acidentes e que esteja ao seu alcance providenciar: espelho retrovisor, reflexivos e iluminação pisca-pisca para noite, capacete, buzina, etc. Não adianta bater de frente com os automóveis, mas deve-se ocupar o espaço que é do ciclista, porque ele existe e é um direito seu ocupá-lo. O ciclista também paga os impostos que construíram e que fazem a manutenção da malha asfáltica.

(...)

A luta do ciclista é contra a ideologia que dá prioridade máxima ao automóvel - a locomotiva histórica do sistema capitalista. Mas, apesar de estarmos lutando contra um sistema econômicosocial, são as pessoas, influenciadas pela educação e adaptação ao modo de pensar desse sistema que tomam as atitudes cotidianas que enfrentamos no trânsito. De certa forma, não existe esse tal "sistema". Ou seja, ele existe através das atitudes das pessoas. A ideologia do sistema, o conjunto de idéias compartilhadas, é imposto pela educação e depois é mantido como verdade aceita através de muita propaganda. Mas... como tratam-se de atitudes pessoais, de individualidades representando o sistema, de seres humanos repetindo padrões de conduta, esse sistema pode ser modificado também por atitudes, pelo exemplo contrário ao estabelecido.

Os ciclistas que enfrentam hoje o trânsito das cidades são pioneiros abrindo o espaço para o futuro. Foi-se o tempo em que a rebeldia revolucionária era representada pela moto. Ciclismo é sinônimo de saúde e juventude, indiferentemente da idade. A melhor estratégia para essa luta é conseguir mostrar o quanto é bom andar de bicicleta. Criar uma irmandade entre todas as pessoas que andam de bicicleta. Ciclistas devem se cumprimentar quando se cruzam nas ruas, deixar extravazar o prazer que estão sentindo invadidos por endorfinas criadas pelo esforço físico e pelo andar numa velocidade em que se pode admirar a paisagem e as pessoas.

A revolução ciclista é lúdica! A bicicleta é um brinquedo de criança que se transforma em prazer e opção de transporte para o adulto.

(...)

Não são somente ciclovias que queremos porque não podemos e não precisamos esperar a boa vontade de governos que estão submissos à força econômica da indústria automobilística para iniciarmos nossa revolução cotidiana. Não precisamos!

Cerca de 20% da população tem a possibilidade de comprar e manter automóveis, mas 100% da população é afetada pelo direcionamento da arquitetura urbana para priorização do trânsito de automóveis e todos pagam os impostos que constroem as vias por onde eles transitam. A bicicleta é uma forma de democratizar a malha asfáltica, diminuir essa diferença.

(...)

Transcendendo o conceito, o termo "Massa Crítica" ou "Critical Mass" dá, hoje, nome ao movimento mundial que busca unir a força de todos os ciclistas na formação de uma grande massa crítica (acrescendo ao significado: pessoas com opinião crítica sobre a situação gerada pelo consumo alucinante de petróleo) que está invadindo naturalmente as ruas do mundo inteiro. O movimento de formação da Massa Crítica é, até que enfim, a esperança de um mundo melhor construído com ações diretas.

O resgate do orgulho pessoal de estar fazendo algo concreto contra o sistema capitalista, mas sem gerar violência. Enfim, uma possibilidade real de revolução social se concretizando a cada revolução da roda de uma bicicleta. A opção possível de transformar a revolta contra o aquecimento global e a devastação consumista do nosso planeta em atitude, saúde e prazer.

A bicicleta é, sem dúvida, o veículo do séc. XXI. Nós só estamos no começo dessa história."

[íntegra do manifesto ciclista]

Sementes crioulas



Recebi essa semana aqui em casa algumas sementes crioulas de milho que me foram mandadas pelo Marconi do Instituto Terra (www.institutoterra.org.br).
São sementes que nunca sofreram nenhuma modificação química ou genética e serão plantadas no Horto Cecília. Espero que elas se reproduzam e que eu possa passar adiante esse valioso patrimônio genético.

quarta-feira, 18 de abril de 2007

Líder indígena do sul do Amazonas alerta sobre ação ilegal de madeireiras e avanço do agronegócio na região

O avanço da fronteira agrícola no norte do Mato Grosso e em Rondônia, além da atuação ilegal de madeireiras, já atinge o sul do Amazonas e vem assustando as comunidades indígenas da região. A denúncia é feita pelo líder indígena Walmir Parintintin, cujo povo vive nas proximidades das BRs 230 e 319 da Transamazônica. Segundo ele, forasteiros tomam conta da região, levando o desmatamento e ao surgimento de pastagens, ao mesmo tempo que trazem doenças com a contaminação das águas dos rios com agrotóxicos.

Esse avanço sobre a floresta e as áreas indígenas, afirma Walmir, vem ocorrendo desde o início da década, quando surgiram os primeiros problemas com o plantio da soja. As cabeceiras de rios e igarapés foram contaminadas, atingindo as aldeias. Agora, prossegue ele, a principal preocupação é com a ação de madeireiros, que “agem ilegalmente”. “As terras indígenas correm o risco de serem atingidas, porque a madeira que existe nas fazendas está acabando. O governo não enxerga o problema.”

Segundo Parintintin, a doença provocada pelo uso de agrotóxicos nas plantações de soja chega às aldeias por meio da água dos rios e pelo consumo de peixes contaminados, o que está levando à morte de crianças e idosos. “Tem também muito índio morrendo com câncer. É resultado do problema dos agrotóxicos. Estamos sofrendo com isso”, resume. “Temos consciência de preservação da natureza. Hoje, são os povos indígenas que seguram as terras e mantêm o meio ambiente para o governo. Nossas produções de artesanato não degradam o meio ambiente.”

Os Parintintin estão finalizando um trabalho de diagnóstico cultural e de preservação de suas raízes, que deve ficar pronto ainda este ano. “Nós temos língua, cultura e danças tradicionais que não esquecemos, apesar do avanço das máquinas sobre nossas terras. Com esse estudo, vamos conduzir e preservar a nossa cultura”, conclui.

O rápido avanço das fronteiras agrícolas nos últimos anos, em direção aos territórios indígenas, especialmente na região onde habita Walmir, foi tema abordado também pelo coordenador da campanha 'YIkatu Xingu pelo Instituto Socioambiental, Márcio Santilli, em artigo para o décimo volume da publicação Povos Indígenas no Brasil - 2001-2005. (Radiobrás)
FONTE: www.ambientebrasil.com.br/noticias/index.php3?action=ler&id=30667

Cartaz 2º Simpósio Vegetariano de Curitiba


Cartaz que eu fiz no ano passado para o Simpósio da Sociedade Vegetariana Brasileira.

Capas de agendas Opet



Eu fiz essas capas de agenda com temas ambientais e sociais para o Colégio Opet,
mas pelo que eu sei, elas acabaram não sendo usadas, então eu posso usar
essas ilustrações para outro trabalho.
São 4 capas diferentes, uma para cada faixa etária.

Plantando a Cidade I



Algumas fotos da vivência inaugural no Horto Cecília.
Muito obrigado a todos que participaram!

terça-feira, 17 de abril de 2007

Plantando a Cidade



Cartaz do curso realizado semana passada para levantar fundos
para o Horto Cecília, um espaço dedicado à permacultura urbana
e à @utonomia que estamos desenvolvendo em um terreno emprestado
no bairro do Portão.
A cada 3 meses vai acontecer uma oficina lá, sempre seguindo
as idéias da permacultura urbana, horticultura agroecológica,
paisagismo solidário e biodiverso, etc...
Logo vou postar fotos do Horto e do curso.

Sacolas Permanentes






Fiz essas sacolas para a campanha de sacolas permanentes de mercado do Grupo Vegetariano Cury, associado da Sociedade Vegetariana Brasileira.
As sacolas, de algodão puro, foram estampadas artesanalmente em stêncil.
Eu criei 3 desenhos que foram estampados em diversas cores diferentes, falando de temas relacionados à preservação do meio-ambiente e contra o uso de sacolas plásticas.
Junto com as sacolas vem uma etiqueta de papel reciclado explicando sobre os problemas do uso dos plásticos e das vantagens de se utilizar sacolas permanentes.
As sacolas estão sendo vendidas na feira de orgânicos do Passeio Público, aqui em Curitiba, aos sábados, das 08:00 às 14:00.
Se você estiver interessado em comprar uma sacola permanente e contribuir para diminuir o número de sacolas plásticas no nosso planeta, entre em contato com a Liziane: lyzysu@gmail.com

terça-feira, 27 de fevereiro de 2007

Permacultura



Andei meio ausente no Blog... as vezes isso acontece.
Dessa vez, o motivo foi que eu me enfiei de cabeça no estudo da Permacultura.
Estou ainda no comecinho, não vi ainda nem a ponta do iceberg, mas pra começar,
vou publicar aqui a definição do Bill Mollison para o desenho que simboliza
a Permacultura:

"O formato oval, do símbolo da permacultura, representa o ovo da vida; aquela quantidade de vida que não pode ser criada ou destruída, mais que é expressada e emana de todas as coisas vivas. Dentro do ovo está enrolada a serpente do arco-íris, a formadora da terra dos povos aborígines. No centro está a árvore da vida, a qual expressa os padrões gerais das formas de vida. Suas raízes estão na terra e sua copa na chuva, na luz do sol e no vento. O símbolo inteiro e o ciclo que representa, é dedicado à complexidade da vida no planeta Terra."
(Extraído de “Introdução a Permacultura” de Bill Mollison)

segunda-feira, 29 de janeiro de 2007

Gosta do planeta? Seja Vegetariano!



Por Kathy Freston
Traduzido por Clarissa Taguchi(*)


O presidente Norte Americano, Herbert Hoover, uma vez prometera "uma galinha em cada panela e em um carro em cada garagem." Com avisos sobre o aquecimento global alcançando níveis assustadores, muitos estão repensando os resultados que englobam tais carros. Mas parece que deveriam, preferivelmente, se preocupar sobre as galinhas.

Mês passado, as Nações Unidas publicaram um relatório sobre animais de criação e o meio ambiente, chegando a uma conclusão perturbadora: "O setor de criação de animais emerge entre um dos dois ou três maiores contribuintes dos piores problemas ambientais, e isso em qualquer escala, seja global ou local." O estudo mostra que a criação de animais para alimentação é uma das causas principais da degradação do solo, da poluição do ar, da falta de água, da poluição da água, da perda do biodiversidade e ainda, do aquecimento global.

Isso mesmo, aquecimento global. Você já ouviu a história provavelmente: as emissões de gases do efeito estufa, como o dióxido de carbono, estão mudando nosso clima. E os cientistas advertem para a chegada de um clima mais instável, extremo, com possibilidade de inundações, de epidemias e de extinções maciças. A conclusão é que se pudéssemos sair por um tempo e voltar, nos questionaríamos o que aconteceu com o inverno e imediatamente pensaríamos no que servimos para o jantar à noite passada.

O relatório das N.U. diz que quase um quinto das emissões para o aquecimento global vem dos animais de criação (isto é, daquelas galinhas que o Hoover se referia, mais os porcos, o gado, e outros) – isso significa mais emissões de gases do que todo o transporte do mundo combinado!

Por uma década, a imagem de Leonardo DiCaprio circulando em seu carro híbrido Toyota Prius, ajudou a definir um padrão de excelência para o ambientalismo nos EUA. Estes veículos transformaram-se num símbolo verdadeiro do poder dos consumidores em se engajar numa solução com relação ao aquecimento global. Pensando apenas: um carro podendo cortar as emissões de veículos ao meio - em um país responsável por 25% das emissões de gás totais do efeito estufa no mundo. Com os padrões federais do setor de energia perdendo força no Congresso Norte Americano, e na milhagem média percorrida por veículo em seu nível mais baixo nas últimas décadas, o Prius mostrou aos Norte Americanos que uma outra maneira é possível. Porém, a Toyota não pode importar carros tão rapidamente para abastecer a demanda.

Ano passado pesquisadores da Universidade de Chicago colocaram o caso do Prius como referencia de um estudo quando viraram sua atenção a uma outra mercadoria geradora de gás. Perceberam que tratar animais para obtenção de carne, leite e ovos, requer o consumo de algo como dez vezes mais do que necessitaríamos ao comer o que a primavera oferece, nuggets falsos de galinha, e os outros alimentos vegetais.

Além disso, ainda temos que transportar os animais aos abatedouros, abatê-los, refrigerar suas carcaças, e distribuir sua carne refrigerada através de todo o país. Produzir uma caloria de proteína de carne significa queimar mais de dez outras calorias de proteína vegetal, em combustíveis fosseis – e ainda derramar dez vezes mais dióxido de carbono na atmosfera.

Os investigadores perceberam com a conta acima que o americano médio faz mais para reduzir as emissões de aquecimento globais através do vegetarianismo do que comprando um Prius.

De acordo com o relatório das NU, a situação piora quando incluímos a vasta quantidade de terra necessária a nos prover de filés e costelas. A agropecuária toma conta de incríveis 70% de toda a terra agricultável, e 30% da superfície total de terra do planeta. Em conseqüência, os animais de criação são provavelmente a causa maior de desmatamento e das queimadas, destruindo as florestas originais do mundo.

Hoje, 70% da Amazônia tropical original é usada como pasto, e os cultivares para ração cobrem o restante. Estas florestas ainda servem como "dissipadores" de dióxido de carbono absorvente do ar, e queimar estas florestas libera todo o dióxido de carbono armazenado em suas árvores. Tais quantidades excedem em muito a emissão de combustível fóssil da agropecuária.

Como se o cenário não fosse ruim o bastante, a tacada final vem ao olharmos gases além do dióxido de carbono -- os gases como metano e d óxido nítroso, gases enormemente eficazes para o efeito estufa com 23 e 296 vezes o poder de aquecimento do dióxido de carbono, respectivamente.

Se o dióxido de carbono for responsável por aproximadamente metade das emissões relacionadas ao efeito estufa causado pelo homem desde a era industrial, o metano e o óxido nitroso são responsáveis pelo outro um terço. Estes gases super-fortes vêm primeiramente dos processos digestivos dos animais, e de seu manejo. Em fato, enquanto a agropecuária é responsável por 9% de nossas emissões do dióxido de carbono, ainda responsabiliza-se por 37% das emissões de metano, e 65% das de óxido nitroso.

É um pouco duro reconhecer quando se pensa num pintinho pequeno chocando de seu ovo frágil. Como pode um animal, assim aparentemente insignificante à vastidão da Terra, desprender tanto gás de efeito estufa? A resposta está em seus números. Os abatedouros dos Estados Unidos, sozinhos, derrubam mais de 10 bilhões de animais, sem contar peixes e animais aquáticos, a cada ano. Tudo para sustentar uma cultura da carne-paraiso que mal consegue lembrar de um momento recente quando "uma galinha em cada panela" era considerada um luxo.

Os animais de terra criados para alimento compõem 20% da biomassa total de animais não aquáticos de toda a Terra. Nós estamos, literalmente comendo nosso planeta até à morte.

O que nós estamos vendo é apenas o começo também. O consumo da carne aumentou quintuplicadamente nos cinqüênta últimos anos, e espera-se dobrar outra vez nos cinqüênta seguintes.

Soa como muita má notícia, mas de fato é completamente o oposto. Significa que nós temos uma nova arma poderosa a ser usada em direção à crise ambiental, a mais séria a ser enfrentada pela humanidades desde o nosso surgimento. O Prius foi uma etapa importante, mas o quanto as pessoas procuram comprar carros? Agora que nós sabemos que uma dieta mais verde é ainda mais eficaz do que um carro mais verde, nós podemos fazer uma diferença em cada refeição. Simplesmente deixando os animais fora de nossas travessas. Quem pensaria: o que é bom para nossa saúde é também bom para a saúde do planeta!

Ser Vegetariano, nos dá mais força de engajamento do que dirigir um Prius. E mais, esse estrondo virá muito mais rapidamente. O Prius corta emissões do dióxido de carbono, que espalha seu efeito se aquecendo lentamente sobre um século. Uma porção grande do problema com animais criados, em uma via, é o metano, um gás de ciclo na atmosfera de apenas uma década. Isso significa que menos consumo da carne traduz-se rapidamente em um planeta mais fresco.

Não apenas um planeta mais fresco, também mais limpo. A agropecuária subtrai a maioria da água consumida neste país, emite dois terços da amônia- causadora da chuva-ácida - do mundo, e é a maior fonte de poluição da água -- matando rios inteiros e ecossistemas marinhos, recifes de corais, e naturalmente, fazendo as pessoas adoecerem. Tente imaginar as volumosas quantidades de excreção saindo para fora das fazendas Norte Americanas modernas: são 5 milhão toneladas ao dia, mais do que cem vezes a produzida pela população humana, muito além do que o solo é possivelmente capaz de absorver.

São acres e acres de esgoto e caixas de gordura expostas ao ar livre esticando-se pelo campo, poluindo o ar e contaminando nossa água, fazendo o acidente com o Exxon Valdez parecer muito menor. O que podemos fazer para melhorar rápida e drasticamente, tal situação? Apenas colocando de lado nossas asas de galinha e procurando um hamburguer veggie.

Fazer assim nunca foi tão fácil. Os anos recentes vêm com uma explosão de alimentos vegetarianos e ambientalmente amigáveis. Mesmo as cadeias Ruby Tuesday, Johnny Rockets, e de Burger King, oferecem deliciosos hamburgueres veggie e as gôndolas de supermercado ofertam opções alinhadas como soymilk creamy coração-saudável e fatias de presunto veggie.

Os alimentos Vegetarianos têm ganhado prêmios de recolhimento ambiental, e tem angariado celebridade como Maher, Alec Baldwin, Paul McCartney, e naturalmente Leonardo DiCaprio, como adeptos e defensores.

Apenas porque o Prius nos mostrou que cada um de nós tem em suas mãos o poder de fazer uma diferença contra um problema que ponha em perigo o futuro da humanidade, a cultura vegetariana nos permite uma maneira nova de reduzir dramaticamente nossas emissões perigosas de gás e de uma maneira ainda mais eficaz, mais fácil de fazer, mais acessíveis a todos e certamente acompanha bem melhor as batatas fritas Americanas.

As temperaturas que não param mais de se elevar, tampões de gelo derretendo, doenças tropicais espalhando-se, furacões mais fortes… Assim, o que é que você para fazer para o jantar hoje à noite?

Verifique os sites www.VegCooking.com para ver se há novas idéias, receitas livres, planos de refeição, e mais! E verifique a seção ambiental de www.GoVeg.com para ver se há mais informação sobre o efeito prejudicial do ato de comer carne.
Kathy Freston é autora de livros de auto-ajuda e conselheira pessoal do crescimento e da espiritualidade. É o autora de "Expect a Miracle: Seven Spiritual Steps to Finding the Right Relationship". Kathy e seu marido, Tom Freston, dividem seu tempo entre New York e Los Angeles.

© 2007 o borne de Huffington

quinta-feira, 18 de janeiro de 2007

Colagens e Stêncils



Curitiba tem uma cultura de colagens e stêncils muito legal.
É mais uma das coisas que as pessoas que só andam de carro perdem,
mas talvez faça alguns pedestres questionarem seus próprios hábitos.

quarta-feira, 17 de janeiro de 2007

Pico Paraná



Pico Paraná, o ponto mais alto do sul do Brasil.

A melhor trilha que eu já fiz. Sem exageros.

As melhores trilhas são aquelas em que, em algum momento, você se arrepende de ter começado, mas no fim uma vista panorâmica dos grandes espaços selvagens, a sensação de vencer um desafio tão maior que você e a lembrança de que somos meros animais naquele ambiente, sujeitos às mesmas leis que a aranha ou o lagarto que cruzaram o seu caminho faz com que a pessoa que chega em casa seja um pouco diferente do que a que saiu para a trilha. Com certeza você volta mais forte, mais confiante e percebe como a maioria das preocupações cotidianas das pessoas são pequenas e fúteis.

A trilha começa na Fazenda Pico Paraná. O dono da Fazenda é o Dílson, muito gente fina e de confiança. Ele cobra R$ 3,00 para você deixar o seu carro dentro da propriedade dele. Além disso você pode pernoitar no alojamento dele e tomar banho.

Mais importante ainda, tem o trabalho de preservação e manutenção da trilha, e a segurança dos montanhistas. Então deixe de ser chato e pague os R$ 3,00 sem reclamar.

Voltando ao assunto da trilha...

A subida ao PP é uma trilha árdua, selvagem, linda e recompensadora. Ela começa no “Morro do Aquecimento”, saindo da Fazenda em uma subida por dentro de um bosque que te leva até um selado de vegetação rasteira onde eu flagrei um lagarto tomando sol em cima de uma pedra. Mais a frente a trilha entra em uma floresta úmida entre os morros do Itapiroca e Caratuva. Ali a coisa começa a ficar mais difícil e divertida. As enormes raízes das árvores empilhadas por cima de pedras te obrigam a lances de escalada intercalados com travessias em atoleiros de lama, subidas agarrado em cordas ou cipós, diversos córregos e até algumas pequenas cachoeiras no caminho.

Depois de algumas horas eu emergi da floresta em um descampado coberto de caratuvas e envolto por uma neblina que não me deixava enchergar a mais de 20m de distância.

No primeiro acampamento encontrei 2 montanhistas de Curitiba, que estavam esperando o seu grupo que ficou para tráz na floresta. Sentei para conversar com eles e o cansaço e a preguiça bateram forte. Comecei a pensar na possibilidade de acampar por ali mesmo, mas eles me disseram que se eu pretendia ver o sol nascendo no cume, eu teria que acampar na Base 2 ou na 3, por que o trecho da Base 1 até o cume é muito difícil para ser feita no escuro. Já era por volta das 4:30 e eu resolvi enfrentar o cansaço e prosseguir. Enquanto descia a crista, me dei conta de que eu era provavelmente o último a fazer aquele trecho naquele dia, pois os que foram às bases 2 e 3 já tinham ido, e quem ainda não havia ido, ia acampar na Base 1 mesmo. Isso me deixou preocupado quando dei de cara com o primeiro paredão. Uma parede relativamente grande para ser escalada com uma mochila de mais de 20kg nas costas e sozinho. Depois dessa parede eu estava realmente exausto e torcendo para chegar logo ao campo 2. Foi nesse momento que dei de cara com o verdadeiro paredão do qual tinham me falado. E ele era enorme. De onde eu estava, com a neblina eu não conseguia ver o fim. Estava com as forças esgotadas e a mochila parecia pesar uns 100kg. É nesses momentos que você pensa “o que eu estou fazendo aqui?” Voltar para a Base 1 ia ser penoso e um desperdício de tempo e energia. Mas se arriscar nesse paredão sozinho, com pouquíssima visibilidade, cansado e sem segurança nenhuma não era também convidativo. Nesse momento apareceram 2 cabecinhas lá em cima, no meio da névoa.

Eram 2 caras do grupo de SP, que estavam acampados na Base 2. Eles me deram mais uma notícia animadora, ao contrário do que tinham nos dito, não havia água na Base 2, e eles estavam voltando até a última cachoeira da floresta para buscar água. Mais essa. Enfim, eles se ofereceram para esperar enquanto eu subia. Pelo menos se eu despencasse no abismo, ia ter alguém assistindo. Subi, e tirando forças não sei de onde, consegui me arrastar até a Base 2. Chegando lá conheci o resto do grupo de SP, que por ironia, havia encontrado a água. O problema agora eram os 2 que haviam descido para buscar água.

Já estava quase anoitecendo e a névoa estava ainda mais espessa, quando resolvemos sair em busca deles. Andamos poucos metros antes de encontrar os dois voltando, com as roupas em frangalhos e pelo menos 10 litros de água nas costas.


No acampamento, os 3 grupos se reuniram para conversar na clareira enquanto preparávamos o jantar e tomávamos conhaque para esquentar. Nesse momento, quando o sol se punha e o ar resfriou, a massa de nuvens baixou, revelando os cumes acima e formando um mar de algodão abaixo da crista. Se abriu o céu mais estrelado que eu já vi. Eu esqueci o cansaço, o paredão nem parecia mais perigoso e a subida do dia seguinte era promissora.

Acordei as 7 e pouco da manhã e comecei a caminhada em direção ao cume com um grupo de 4 pessoas. A escalada foi divertida e puxada. Em menos de 1h e meia estávamos no cume. Apesar de alguns infelizes atos de vandalismo, o cume vale todo o esforço e mais. Perdi a noção de quanto tempo passei lá em cima. Alguém falou “isso é uma coisa que você nunca mais vai esquecer”. De fato.

A volta foi cansativa. Principalmente caminhar sobre a crista com o sol fritando os miolos e o cantil vazio. A entrada na floresta foi celebrada e a cachoeira parecia mais um parque aquático. Cheguei à Fazenda por volta das 18hs. Fiquei devendo uma nova visita ao Dílson para conhecer a cachoeira que disseram ser incrível.

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as outras fotos estão aqui:
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